segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Ela olhou para o céu.
O brilho dos fogos explodindo refletiu-se em seu olhar.
Um sorriso nasceu em seus lábios.
Era tão bonito.
Baixou os olhos para a Terra novamente.
Fitou o mundo ao seu redor.
Pessoas felizes festejavam.
Festejavam a chegada de um novo ano.
Festejavam a esperança que ainda tinham no coração.
Esperança de que tudo daria certo algum dia.
Olhou mais adi
ante.
Em algum lugar longe dali não havia festas.
Não havia esperanças.
Em algum lugar longe dali havia...
...fome...
...tristeza...
...dor...
...sofrimento...
...lágrimas...
...frio...
...e nada que pudesse aquecer aqueles corações.
Voltou os olhos ao céu.
Fogos de artifício ainda pontilhavam o infinito.
Não os viu.
Dessa vez ela olhou além.
E seu olhar a levou para dentro de si mesma.
Buscou as esperanças que guardava em seu próprio coração.
Desejou poder partilhá-las com aquelas pessoas.
Desejou que tudo fosse diferente.
Não em sua vida.
Mas no mundo.
Desejou que os seres humanos se tornassem humanos de verdade.
Humanos para ver o sofrimento alheio.
E fazer algo a respeito.
Desejou que mais pessoas enchergassem o que ela enchergou essa noite.
Desejou que algo fosse feito.
Mais tarde ela falou a respeito para outras pessoas.
Responderam que não era responsabilidade dela.
Ela sentou-se sob o sol e pensou no assunto.
Decidiu não acreditar naquilo.
Alguns anos depois resolveu procurar por aquelas pessoas.
Realizou seu desejo de menina de partilhar com elas suas esperanças.
Fez alguma dirença no mundo, afinal.
Houve outra oportunidade para levantar os olhos ao céu.
Era ano novo mais uma vez.
Teve outra chance para pensar.
Imaginou como teria sido se não tivesse feito o que estava ao seu alcanse.
Desejou que ninguém repetisse que não era sua responsabilidade.
E sentiu-se feliz por jamais ter acreditado nisso.

(Alessuza Pires)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007



INTENSA
Acho que essa é a palavra mais perfeita para me descrever.
Eu que, por tantas vezes senti com tanta força que pensei que poderia explodir.
O que eu sinto agora? Saudades.
Saudades dos meus amigos. Tanto dos que estão longe quanto dos que estão perto.
Saudades da antiga casa dos meus avós, onde eu alimentava a criação e colhia frutas no pomar.
Saudades das aulas de natação, onde eu conversava o tempo inteiro e mergulhava quando era a minha vez de atravessar a piscina.
Saudades também das aulas de teatro. Teatro pelo qual me apaixonei.
Saudades do primeiro amor não correspondido que hoje eu nem me lembro de como me fazia sentir.
Saudades do cachorrinho que tive e fugiu durante a noite. Se chamava Dumbo.
Saudades da minha bizavó, que fazia aniversário um dia depois de mim. Eu sempre ia pra casa dela e nós comíamos bolo de chocolate dançando com o parabéns.
Saudades de uma das melhores amigas que já tive na vida e que espero reencontrar um dia.
Saudades de fazer planos para um futuro que pensei que nunca chegaria e que agora sou obrigada a bater a porta na cara dele.
Saudades de não entender algumas das músicas mais tristes que já ouvi na vida.
Ah...
Como eu odeio ser intensa assim.
Como eu odeio sentir saudades.
Como eu odeio relembrar o passado.
Como eu odeio estar tão assustada, ter medo do futuro...


(Alessuza Pires)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007


Há um preço para tudo, inclusive para a estupidez humana. Nós já fomos longe demais e não há como voltar atrás. Os dados foram lançados, mas a humanidade ainda não aprendeu a jogar esse jogo.

Quando eu era pequena não havia tantas discussões sobre aquecimento global. Os verões não eram tão quentes e os livros de geografia diziam que não havia terremotos ou furacões no Brasil. Bem, na madrugada do dia 09 de dezembro houve um terremoto em Minas Gerais. Uma criança de cinco anos morreu esmagada pelas paredes da própria casa.

Eu só queria entender como as pessoas podem pensar que tais fatos se tratam apenas de fatalidades quando, na verdade, inocentes estão pagando por erros do passado. Erros que foram previstos e ignorados. Erros que já não podem ser concertados.

Eu ainda sou jovem e espero viver muito. Mas tenho medo de saber como será minha vida daqui a algumas décadas, presa num planeta destruído pela ambição humana.

As pessoas insistem em não enxergar, mas a verdade é que caminhamos todos juntos para uma guerra contra a natureza. A mesma natureza que nos criou e que aprendemos a destruir. A natureza que agora busca vingança.

(Alessuza Pires)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Menina do espelho

Ela se olhou no espelho.

Estava igual a todos os dias. Nem mais bonita, nem mais feia. Nem mais gorda, nem mais magra. Nem mais alta, nem mais baixa. Apenas ela, como sempre.

Sentiu-se diferente.

Sentiu-se capaz de compreender coisas que antes ignorava.

Fitou seus olhos.

Perguntas lhe invadiram a mente.

De repente não era mais capaz de se reconhecer.

Quem era aquela estranha que a fitava de volta?

Onde estava a menina de olhar brilhante e sorriso maroto que sempre esteve ali?

Não a encontrou.

Então ela realmente foi capaz de compreender que as coisas são assim. É apenas o ciclo natural da vida.

Um caminho brilhante surgiu lentamente em sua bochecha.

Sentiria saudades.

Estava com medo.

Secou o rosto com as costas da mão.

Decidiu que era melhor assim.

Então, com um último olhar, virou-se e caminhou para longe.

Foi embora; continuou seu caminho.

Nunca olhou para trás.

(Alessuza Pires)

domingo, 2 de dezembro de 2007


Tempo!
Preciso de tempo.
Não tenho tempo.
Não deu tempo.
AAAAAAAHHHHHHHH
CHEGA!!!
"Temos todo tempo do mundo...", lembra-se?
E é verdade!
Nos temos sim todo o tempo do mundo. Apenas não sabemos como utilizá-lo de forma útil.
Eu tenho um defeito. Na verdade, eu tenho vários, mas vamos por apenas um deles em discussão agora. Eu não me preocupo. Com nada. Simplesmente não consigo.
Eu vou lá e faço o que tenho que fazer. Ponto.
Vamos por a sinceridade em foco. Atualmente, tornaram-se muito raras as coisas às quais eu me dedico realmente, de forma integral. A última vez que o fiz foi há algumas semanas já. Mal me lembro da sensação.
Naquela ocasião, o tempo também parecia passar rápido demais e eu parecia estar ficando pra trás. Foi intenso. Valeu à pena.
Mas houve também muitas situações em que eu planejava o que faria, como viveria determinado momento, e não seguia meus planos.
Então o tempo também passava rápido demais, mas me carregava junto com ele; contra a minha vontade. Foi efêmero.
Eis então meu ponto: a que se deve essa tal falta de tempo, à intensidade com que vivemos os momentos, tão bons que nos fazem desejar mais, ou à efemeridade com a qual levamos a vida, como se simplesmente caminhássemos por sua superfície, com medo de mergulhar?
No meu caso? Um pouco dos dois. Eu tenho meus momentos.
Mas, agora que parei para pensar no assunto, acho que quero um pouco mais de intensidade.
Não, quero continuar não me preocupando. Apenas quero de volta essa sensação de me dedicar a algo com tamanha intensidade que me deixe perder no tempo, esquecer da vida.
Intensidade; essa é a palavra! A palavra que devia nascer escrita no peito do pé de cada ser humano.
Por que justo no peito do pé?
Ora, vai dizer que você nunca andou cabisbaixo em um momento mais melancólico do seu dia.
Agora imagine a cena: você se sente triste e resolve sair pra caminhar. Olha para baixo e lê a palavra 'I-N-T-E-N-S-I-D-A-D-E'. Derepente lembra-se do signifidado de tudo isso. Lembra-se que está aqui de passagem e deve aproveitar a viagem ao máximo. Então ganha novo ânimo para sair por aí e realmente viver. Não é o máximo?!
Eu não disse que tenho meus momentos? Até eu gostei dessa idéia doida. Talvez um dia eu resolva passar a mão em uma caneta e sair por aí com a minha nova teoria de vida desenhada no peito do meu pé. Vai bem com sandálias, afinal.

(Alessuza Pires)

sábado, 1 de dezembro de 2007


Sabe aqueles momentos em que você precisa de alguém? Não apenas alguém, mas ALGUÉM.
Precisa da pessoa que simplesmente de senta no sofá e fica te observando, sem nada pra falar, sem nada pra fazer.
Todo mundo já se sentiu assim ao menos uma vez na vida. Chama-se carência.
Mas também há aqueles momentos em que você não precisa de ninguém por perto. Porque é capaz de levantar os olhos para o mundo e fazer qualquer coisa que queira fazer.
Sentar-se sozinha no cinema com uma caixa de chocolates enquanto assiste uma comédia romântica e sentir-se maravilhosamente bem. Aproveitar a sua própria companhia. Divertir-se por nada sem se preocupar com o mundo.
Sabe, muitas pessoas pensam que é preciso companhia para que a vida tenha aquele gosto especial. Mais especificamente falando, companhia romântica. E isso é uma mentira.
Eu penso que as pessoas precisam aprender a aproveitar melhor o tempo que passam sozinhas. Afinal, quem pode ser melhor companhia para mim que eu mesma?
Eu sei do que gosto. Sei o que quero. Me entendo. Me valorizo. Me amo!
É claro que é ótimo ter alguém por perto para aproveitar a vida ao nosso lado. Mas antes disso é preciso que saibamos aproveitar a vida por nós mesmos; ser independentes.

(Alessuza Pires)

quinta-feira, 15 de novembro de 2007


“Entendo que é possível olhar nos olhos de alguém e de súbito saber que a vida será impossível sem eles. Saber que a voz da pessoa pode fazer seu coração falhar, e que a companhia dessa pessoa é tudo que sua felicidade pode desejar, e que a ausência dela deixará sua alma solitária, desolada e perdida.”

(Bernard Cornwell)



~> Não tenho escrito muito ultimamente...

sexta-feira, 2 de novembro de 2007


Normalmente, quando você tem uma idéia louca, você não pára para analisá-la. Você vai lá e faz o que tem vontade de fazer.Depois que passa é quando você vai dedicar um pouquinho de sua atenção ao arrependimento. Sim, porque, invariavelmente, você vai se arrepender. É como a lei da gravidade, você não pode simplesmente ignorar.
O tempo que se passa após superado o arrependimento é sempre um pouco melancólico. Porque, por incrível que possa parecer, a conformidade é o pior estágio. É quando você simplesmente aceita as coisas ruinse pensa que nada vai ficar bem. Nunca mais.
Besteira! Isso é apenas drama feminino. No dia seguinte você acorda com o sol brilhando na janela e, na mente, a provocante promessa de um dia maravilhoso. Daí até resolver que o resto é passado e jurar de pés juntos que nunca vai acontecer novamente é um pulo. Quer dizer, isso até a próxima idéia louca aparecer.

(Alessuza Pires)

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Pensando sobre a loucura


Você já parou para refletir sobre algo e lá pelo meio do caminho descobriu que não queria pensar, que queria, na verdade
esquecer o assunto para nunca mais lembrar-se?
Acontece muito isso. É confuso. E complicado também.
As vezes eu paro para pensar sobre o ato de pensar.
Que coisa mais inútil!
Eu, sinceramente, seria muito mais feliz se não houvessem tantos pensamentos vagando soltos pela minha cabeça.
Minha mente gosta de brincar, de me pregar peças, confundir. Ela joga comigo e eu, boba que sou, sempre caio, me deixo
enganar e, quando dou por mim, já me perdi e então preciso voltar a me procurar.
Algumas vezes eu chego a pensar que estou ficando louca. Que a sanidade, que antes parecia tão à vontade dentro da minha
cabeça, já fatigada dos duros anos de trabalho, resolveu calçar os tenis e sair para uma caminhada fora de rumo, sem ao
menos se despedir.
Como ultimamente eu entrei numa de confissões, vou deixar escapar mais uma. A minha mente é um cubículo de idéias ridículas.
Ridículas, sim. E algumas infames também.
Eu sou uma daquelas pessoas que responde tudo mentalmente. Até o que não me diz respeito.
Ah, vamos lá, quem é que nunca parou, mesmo que sem querer, para ouvir a conversa do grupinho do lado e, quando determinada
frase foi jogada no ar, sentiu a lingua coçar com a resposta que ninguém mais poderia dar? Ou então estava no meio da
galera e alguém soltou aquela que seria uma perfeita pérola se todos tivessem visto o lampejo de malícia que passou pela sua
mente mas que, para não fazer feio, você fez questão de manter lá dentro? É normal isso. Acontece com todos nós. Nós apenas
não falamos sobre o assunto.
Já foi o tempo em que as pessoas eram recriminadas por abrir a boca em momentos desnecessários. Hoje a liberdade de expressão
nos deixa 'rasgar o verbo' e dizer tudo o que nos renderia belas encrencas há algumas décadas. Mas nós continuamos não
falando certas coisas. Porque o bom senso manda que seja dessa forma. O que não quer dizer que não tenhamos liberdade de
pensar.
Algumas vezes eu tenho medo das mentes das pessoas. Quando começam a me encarar com olhos misteriosos eu fico imaginando se
todos seriam como eu, se estariam pensando coisas no mínimo desagradáceis a meu respeito. E então, numa fração de segundo,
eu perco o medo. Porque eu tembém estou pensando algumas coisas a respeito delas, afinal. Dessa forma, com uma mente tão
excêntrica, é difícil se deixar intimidar por alguém.
Ah, mas isso não muda a minha opinião de que, passar muito tempo sozinha com a sua mente, apenas pensando, pode fazer mal à
sua sanidade. Vai que ela se solidariza com a minha própria que caminha tão só por aí e resolve fazer companhia?!

(Alessuza Pires)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007


Vou te contar um segredo. Meu eu lírico e eu somos dois opostos forçados à convivência. Ele nem gosta muito de mim, para dizer a verdade.
Enquanto ele ama, eu peco pela indiferença. A beleza que ele vê ´euma sombra ordinária aos meus olhos. Minha tristeza ele transforma em poesia. A dele, eu transformo em lágrimas. Ele é um artista e eu um ser vulgar. Mas não seria assim com todos nós?!
(Alessuza Pires)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007



Eu quero voltar a ser criança.
Quero de volta a graça de subir num pônei de plástico e cavalgar através das montanhas.
Quero que o mundo volte a ser tão grande que eu me sinta perdida numa floresta enquanto apenas ando pelos corredores de um supermercado.
Quero ter medo de ser malvada para ganhar presentes no natal e de dizer que as fadas não existem.
Hoje, nesse dia das crianças, eu quero voltar a sonhar e acreditar em meus sonhos.
Quero poder colocar um band-aid na orelha machucada do cachorrinho e me chamar de veterinária.
Quero comer algodão doce pensando que tenho na boca um pedaço de nuvem.
Quero a mágica de não saber como funciona a televisão e dizer para a mamãe que, quando eu for atriz, vou entrar dentro da TV da sala.
Quero tudo o que ficou para trás... Todos queremos.
(Alessuza Pires)

Beijocas de Chocolate

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Desejos e devaneios...



Encontrei uma velha garrfa na praia.
Será que existeum gênio lá dentro?
Vou fechar os olhos e fazer meus pedidos...
Vou pedir para que as pessoas parem de pensar em guerras, mortes e violência e comecem a pensar em paz, amor e diversão.
Porque a maioria delas não conhece a força de seus pensamentos.
Vou pedir para que os pássaros semeiem mais sementes durante o verão e que cresçam muitas árvores durante a primavera.
Porque o mundo precisa de novas esperanças para crer na vida.
Vou pedir para que as coisas deixem de ser tão públicas para ganhar um ar de mistério.
Porque nós precisamos aprender a conhecer antes de julgar.
Vou pedir para que, apenas por um dia, as pessoas desliguem a televisão, apaguem as luzes e se debrucem no peitoril da janela para olhar o céu.
Porque precisamos fitar o infinito e perceber que existe algo maior para refletir sobre o tamanho de nossas próprias vidas.
Vou pedir para que todos tenham um dia muito produtivo no trabalho ou na escola, dando o melhor de si e recebendo elogios por onde passar.
Porque é preciso antes provar o gosto da vitória para que tenhamos vontade de persegui-lo mais tarde.
Vou pedir para que todos tenham também a pior semana de suas vidas, com tudo dando tão errado quanto seja possível.
Porque temos que receber um baque de dor para saber valorizar as pequenas dádivas do dia-a-dia.
E depois, vou pedir um picolé de uva.
porque nem só de poesia vive uma alma.

(Alessuza Pires)

Beijocas de Chocolate


domingo, 7 de outubro de 2007


Certas coisas simplesmente não se diz. Por exemplo, eu não vou dizer que penso em jogar tudo para o alto, não vou assumir que já me cansei desse jogo. Esse tipo de coisa, quando muito, deve estar subentendido.
E o único problema de deixar as coisas subentendidas é que ninguém nunca entende.
Talvez realmente exista essa pessoa mágica que se preocupará e compreenderá. Mas, num mundo tão grande quanto esse em que vivemos, quais são as minhas chances de encontrá-lo?

Beijocas de Chocolate

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

As razões que o amor desconhece (por Martha Medeiros)

"Você é inteligente.
Lê livros, revistas e jornais. Gosta de filmes de Woody Allen, do Hal Hartley e do Tarantino, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido em comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco.

Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettuccine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor não pega no pé de ninguém e adora sexo.

Com um currículo desses, criatura, por que diabo está sem namorado?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática : eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim. Ninguém ama a outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo-lhes à porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Costuma ser despertado mais pelas flechas do Cupido que por uma ficha limpa.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai ligar e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário, ele adora o Planet Hemp, que você não suporta. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, mas você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca em sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, ele adora animais, ele escreve poemas. Por que você ama esse cara? Não pergunte a mim.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas a que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou murchar, você levou-a para conhecer sua mãe e ela foi de blusa transparente. Você gosta de Rock e ela de MPB, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, se veste bem e é fã do Caetano. Isso são referências, só. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, está assim, ó.

Mas só o seu amor consegue ser do jeito que ele é."

~*~

Porque minha vida está uma loucura e eu ando meio sem tempo até para dormir, quem dirá para escrever.
Mas Martha Medeiros é, na minha opinião, a melhor escritora e colunista que nosso país já teve a honra de gerar.

Beijocas de Chocolate

sábado, 18 de agosto de 2007

Caleidóscópio

Não é preciso que haja nada de errado para você querer mudar. À sua volta há luzes piscando num frenesi louco que você não pode entender. A perfeição tão distante é quase palpável.

O que dizer? Não há críticas flutuando ao seu redor. Não há palavras perdidas na incosciência. Tudo o que existe caminha para fora do seu campo de visão.

Pare e pense melhor. Há tanto ainda por ver. Há coisas que você acha que sabe. Mas uma hora o mundo se desbota e então as cores para sempre perdidas não estarão mais presentes por entre os flashes das luzes que não param de piscar.

E tudo o que você sabia pisca também. Pedaços da sua mente girando, como num caleidoscópio, entorpecendo seus sentidos.

O que ainda resta para ser visto? Aponte, entre um mundo de possibilidades, suas escolhas. Deixe tudo para trás e siga sozinho.

Pode ser difícil sentir-se bem agora. E a intensidade de sua humanidade não t deixa em paz. Então apenas espere este caleidoscópio girar mais uma vez. Quem sabe o errado não possa se encaixar, e tudo estará certo então.

~> BEIJOCAS DE CHOCOLATE

terça-feira, 24 de julho de 2007

Hoje o Sol nasceu. Mas ele nasce todos os dias, não é mesmo?
Talvez tenha sido a beleza. Talvez tenha sido simplesmente porque eu já não o fazia há algum tempo. Talvez tenham sido as lembranças. Mas hoje eu chorei.
Algumas vezes eu gostaria que as coisas tivessem sido diferentes. Mas talvez, se tudo não ocorresse exatamente dessa forma, eu mesma teria me tornado outra pessoa.
Um suspiro poderia ter desequilibrado as coisas. Uma lágrima poderia ter alterado a ordem de tudo.
Ah... Tantas lágrimas já deixei cair e hoje julgo terem sido em vão.
Mas quem mais poderia ter feito melhor o caminho que desenhei?
Deixe. Já não importa.
Porque o Sol nascerá novamente amanhã...
* Já faz algum tempo que escrevi isso, não me lembro quando foi.
Mas eu costumava acreditar em destino, que tudo acontecia por um motivo. E, quando parei para pensar, resolvi crer que somos nós os responsáveis por tudo o que sai certo e errado em nossas vidas e jogar a culpa para qualquer canto não nos ajuda a superar a dor dos erros.
Então eu passei a viver do jeito que eu queria.
Beijocas de Chocolate

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Nossas Ervilhas

Sabe... Eu não gosto de ervilhas. Sempre separo todas no canto do prato antes de iniciar a refeição. E tenho enjoo apenas de olhar para um bolo amarelo sem cobertura. Se tiver cobertura ainda vai, mas sem cobetura é garantia de estômago embrulhado e falta de apetite pelo resto do dia.
Adoro arroz com feijão, mas tenho nojo de feijoada. Nunca comi carne com gorduras ou nervos e agora sou vegetariana.
Me chamem de fresca, mas a verdade é que todos temos nossos pequenos caprichos, sejam eles culinários ou não.
É mais do que justo, afinal somos livres para gostar ou desgostar do que bem entendermos.
Falo por mim quando digo que simplesmente odeio que critiquem meus gostos. Onde raios enfiaram a liberdade de expressão?
Mas nós nunca nos lembramos dos nossos próprios caprichos quando o assunto são os defeitos alheios. Nunca pensamos que aquilo que parece absurdo para nós pode ser normal para eles e vice-versa. Fazemos exatamente o que detestaríamos que fizessem conosco. Criticamo-os e julgamo-os como se fôssemos seres perfeitos, incapazes de ver naquele vidro um espelho.
E agora eu me pergunto: Que importância tem as ervilhas? Seria eu uma pessoa pior apenas por sentir uma certa antipatia pelas mesmas? Poderia esse fato ser crucial no julgamento do meu caráter? Não creio...
Assim como muitos julgam livros pela capa e poucos realmente se preocupam e lê-los, muitos julgam pessoas pelas aparências, sem realmente conhecê-las. Mas a verdade é que apenas aqueles que leram os livros podem vir a ter suas críticas publicadas. porque elese sabem do que estão falando, e é a opinião deles que importa.

*Beijocas de Chocolate

domingo, 15 de julho de 2007

Letras borradas...


Escritores são patéticos. Porque criam no papel as maravilhosas histórias que não foram capazes de viver na realidade.

Sentados imaginando como poderiam ser as coisas na ficção, acabam por se esquecer de suas próprias vidas.

Sei que posso falar, pois escrevo, logo, sou escritora. E algumas vezes fico revivendo momentos e pensando em como as coisas poderiam ter sido. Num minuto, sou capaz de fazer com que tudo dê certo, mas não sou capaz de voltar no tempo e concertar os erros do meu passado. Não sou capaz de acabar com meus fantasmas, fechar minhas feridas.

É só que... O mundo me parece tão fácil diante de uma folha em branco.

Viver é exaustivo. Massacrante. Cruel.

Manipular uma caneta, infelizmente, não é capaz de afetar a realidade em que nós, patéticos escritores, vivemos. E é assim que damo-nos conta de que não somos os deuses capazes de jogar com o destino dos mostais, mas os mortais em si, tão humanos quanto quaisquer outros.

Beijocas de Chocolate

segunda-feira, 9 de julho de 2007



"Não vou mais falar de amor / De dor, de coração, de ilusão"

(Meu Vício Agora - Kid Abelha)

Sei que o que vou dizer soa "meio" insensível, mas, Paulinha Toller, você está mais do que certa. Afinal, o tema já está batido demais.

Todos os grandes poetas, romancistas, trovadores e artistas em geral já se ocuparam de produzir grandes obras que pudessem, em algum momento, servir de consolo para um infeliz que tenha levado um belo pé na bunda, desculpem-me a expressão. É simplesmente bom demais saber que isso não acontece só conosco, que outros antes de nós passaram pelas mesmas coisas e, ao invés de se afundarem numa caixa de bombons, transformaram isso em arte para que pudéssemos nos sentir um pouco menos miseráveis quando chegasse a nossa vez.

Não me recordo de quem disse que 'O amor deixou de ser uma incógnita, pois agora sabemos quando estamos amando' e peço desculpas, tanto por minha memória falha quanto pela mal feita transcrição. Mas eu também concordo com isso. Como seria possível não saber após tantas pessoas terem descrito o amor de tantas formas diferentes?! Não seria!

Pois eu digo que só se apaixona quem quer. Não me levem mal. E também não confundam as coisas. Eu estou falando aqui de paixão, não de amor. Porque o amor realmente é inevitável. Mas a paixão não!

O amor não precisa ser necessariamente romântico. Amam-se os pais, os amigos, os irmãos, colegas... Ama-se chocolate, as árvores, cachoeiras, gatos... O amor não precisa ser algo carnal. Quando você ama alguém de verdade, mesmo romanticamente falando, a necessidade de ver o sorriso dessa pessoa ultrapassa em muito a nessecidade de abraçar, beijar e...! Se não é assim não é amor, é paixão!

Agora, voltando ao meu primeiro ponto, só se apaixona quem quer. Não consegue parar de pensar em alguém? Arranje um bom livro para ocupar sua mente. Seu coração acelera cada vez que você vê essa pessoa? Hora de bater à porta do cardiologista, heim amigo. Te falta ar nos pulmões? Cuidado, pode ser asma! Para tudo tem uma explicação. Acha que não apenas porque seu corpo fica em chamas quando vê a pessoa? Tudo bem, isso pode não ter uma segunda explicação, mas tem uma solução: "gostoso pra chuchu, chuá, chua... lava a cabeleira..." hehehe

A paixão não criou grandes obras, não arruinou vidas, não rendeu comédias românticas ou um daqueles dramas que te fazem implorar por um pote de 2 litros de sorvete de chocolate. A paixão não nos trás proteção, não nos torna mais sensíveis, não nos duplica a capacidade. Isso é o amor que faz. Mas as pessoas confundem as coisas e agora já está tudo tão fundido que não é possível reconhecer o que se sente. Ninguém mais diferencia nada por aqui.

Não estou dizendo que a paixão é ruim, muito pelo contrário. Afinal, não fosse pela paixão, a população mundial seria consideravelmente menor. Estou apenas dizendo que as pessoas deveriam buscar o amor e não a paixão, pois esta pode acontecer normalmente, enquanto o amor precisa ser conquistado. Porque, se as pessoas amassem o mundo em que vivem, poderiam viver nele por mais tempo. Se amassem suas vidas, poderiam aproveitá-la um pouco mais. Se amassem seus filhos, talvez pudessem até mesmo se preocupar em dar-lhes um futuro melhor. Mas quem sou eu para falar sobre os sentimentos alheios, afinal?!

Beijocas de Chocolate

quinta-feira, 5 de julho de 2007

A Beleza Dos Imperfeitos


Parar para observar o mundo sempre nos ensina algo novo, mesmo que completamente inútil.Ao olhar a sua mão bem de perto, por exemplo, você é capaz de notar que a pele é cheia de linhas e imperfeições, traços quase imperceptíveis. Elas não fazem a menor diferença, mas o fato é que existem.
Os detalhes nada são além de pequenas coisas que a amioria das pessoas deixa passar despercebidas e talvez nunca notem. Mas algo que todos deveriam fazer, ao menos uma vez, é tirar alguns minutos para olhar melhor à sua volta. Assistir a formação de um mundo além das aparências pode ser algo fascinante e surpreendente.

É como observar a pintura de um castelo em uma tela qualquer... Observer melhor e você não poderá mais ver a mesma coisa, toda a beleza arquitetônica construída com blocos de tinta e fixada com verniz. E você verá que é quase perfeito, há não ser por um detalhe: não é real. Tudo o que está ali são traços feitos ao acaso que se uniram para preencher aquele espaço em branco. Mãos banhadas em talento que poderiam pretencer a qualquer outro.

Mas as pessoas são diferentes... E o mundo se estende aos pés de todos nós, e tudo o que ele nos cobra é um pouco de sensibilidade. Para interpretar ações e descobrir sentimentos, para sentir a delicadeza presente no toque do ar, para sentir o brilho das estrelas e respirar o cheiro da chuva... Também é preciso ter paciência, porque o mundo é grande e complicado demais para ter seus mistérios mais profundos revelados tão facilmente. As coisas tem a tendência de serem mais complicadas do que de fato parecem. É preciso ir além.

E apenas por meio disso descobrir que a perfeição não passa de um simples detalhe inexistente, algo criado pela mente humana para encobrir o erros da vida. Cada ser vê o mundo de uma forma, o que não modifica a realidade das coisas. É preciso saber reconhecer a beleza dos imperfeitos...

Beijocas de Chocolate

terça-feira, 3 de julho de 2007

Ser verdadeira...



História Real De Uma Verdade



Era uma vez um menininho que já tinha se machucado muito.


E era uma vez uma menininha que já tinha machucado muita gente.


Haviam acabado de se conhecer, mas ele conhecia sua fama e não a deixaria roubar seu coração sem antes saber se seria diferente com ele. Então indagou:


- Você não acha que as pessoas precisam ser mais verdadeiras umas com as outras?


- Não!


- Não?


- Não nos falta vontade de ser verdadeiros, o que nos falta é esse direito.


- Como assim?


- Se pudéssemos ser verdadeiros, se as pessoas nos aceitassem não importando o que fôssemas, se pudéssemos amar alguém de tal forma que pudéssemos confessar a ele nossos desejos ocultos por outrém, aí seríamos todos honestos. Mas as pessoas nos cobram uma verdade de contos de fadas, nos cobram a pseudo-verdade que desejam ouvir... E depois nos acusam de mentirosos.


O menininho talvez ainda não saiba, mas ela foi o mais verdadeira que pôde com ele.


(Alessuza Pires)


* Porque eu não acho que ainda existam pessoas capazes de se entregar totalmente e também não acho que inda exista muita honestidade no mundo.


Revelar quem você é de verdade nesse mundo insano é pedir para ser enganado e machucado.


Uma das coisas que eu acho mais belas no mundo é a inocência. Coisa rara e delicada que, em nossos tempos, são poucas as crianças que tem a sorte de possuir, porque os adultos há muito já esqueceram seu significado.


Beijocas de Chocolate

domingo, 1 de julho de 2007

O Que Todas Queremos...


Encontre um homem que te chame de linda ao invés de gostosa...

Que te ligue de volta quando você desligar na cara dele...

Que deite embaixo das estrelas e escute as batidas do seu coração...

Ou que permaneça acordado só para observar você dormindo...

Um homem que segure sua mão na frente dos amigos dele...

Que te ahe a mulher mais bonita do mundo, mesmo você estando sem nenhuma maquiagem...

E que insista em te segurar pela cintura...

Espere por aquele que espera por você... Aque que vire para os amigos e diga: 'É ela!'.

* Como se alguma garota pudesse alguma vez negar que nunca sonhou com alguém assim, uma espécie de versão atualizada dos Príncipes Encantados.

"Hoje acordei completamente apaixonado por você." - É assim que se inicia um texto escrito por Ciro Pessoa, entitulado 'Minha adorável Carolex'. Logo ao lado, Fabio Hernadez, autor do blog 'O Homem Sincero', escreve também um texto baseado no seguinte trecho musical: "Ela merece alguém mais interessante. Alguém que a faça rir quando fui tão bom em fazê-la chorar."

Todos sabemos, é claro, que, por mais doces que venham a ser as palavras, a convivência de qualquer casal é sempre bem diferente da estabilidade romântica apresentada pelas cartas de amor. Mas há algumas coisas que são incompreensíveis, no entanto inevitáveis. Costuma-se dizer que só damos o devido valor a algo após perde-lo. Isso se comprova sempre após uma briga. Uma discussão feia em que palavras desnecessárias foram ditas e feridas foram abertas. Quando você pensa que já foi longe demais para voltar atrás. É aí que vem à sua mente a seguinte reflexão: Se aquela pessoa é tão importante para você, porque não foi capaz de perceber isso antes de machucá-la tão profundamente com suas palavras rudes e cheias de ressentimento? Porque não foi capaz de passar por cima dos pequenos incômodos para viver algo maior?

É complicado de se entender o coração humano. Quanto mais distante está o objeto de nosso desejo, mais o almejamos. Porém, ao possuí-lo, esquecemo-nos da grande importância que aquilo tem para nós. E apenas um novo distanciamento seria capaz de faze-lo viver novamente.

Eu penso que o ser humano não foi feito para viver perto de seus amores. Deve-se, antes de tudo, ser livre e independente, para então ter para si a mordomia de se distanciar quando for necessário que haja um espaço maior e se aproximar quando a distância incomodar.

sábado, 30 de junho de 2007

O Início de Tudo



Essa é a praça principal de Guaçuí, a cidade onde eu nasci, no Espírito Santo. É um lugar tranquilo, para quem precisa se distanciar um pouquinho da loucura de grandes centros urbanos. Não que Barra do Piraí seja um grande centro urbano. Não é! Mas deu para entender o que eu disse.

Já fazem alguns anos que eu não apareço por lá. Mas a verdade é que nunca vivi lá por muito tempo. Minha mãe se mudou para o Rio quando eu ainda tinha dois anos. Mas eu considero Guaçuí como um lugar bem bonito. Um daqueles lugares para onde você tem vontade de ir quando quer fugir de algo, mas que te enlouquecem se você fica muito tempo lá.

A verdade sobre mim é que eu não quero um lar. Eu quero apenas um lugar para onde voltar quando algo terminar e de onde sair para uma nova aventura. Só isso! Meu lar é o mundo e eu não vejo muito sentido em uma casa atolada de coisas que me prendam dentro dela. Eu quero viajar... Sair por aí sem rumo, sem mapas e sem planos. Quero conhecer a vida para, ao fim da mesma, ter uma enciclopédia de histórias para contar pros netos, dizer que valeu à pena. Porque eu quero ter netos, pilhas deles. Não que eu queria ter filhos, mas eles são uma fase intermediária para se chegar aos netos.

Quero fazer coisas importantes. Estabelecer ideologias e lutar por elas. Quero que alguém escreva sobre mim. Quero me apaixonar, me casar, me divorciar. Quero viver intensamente minhas alegrias e dores. Quero renascer das cinzas e me apaixonar novamente. Quero ter alguém para me dizer que sou linda quando estiver com 80 anos. Quero olhar para uma foto antiga e sentir saudades do passado. Quero morrer antes de não poder mais aproveitar a vida. Quero que meus órgão sejam doados para que, através de mim, outras pessoas tenham a chance de viver. Quero um de meus poemas escritos num túmulo simbólico e minhas cinzas espalhadas pelo oceano. Quero apenas ser feliz!