domingo, 2 de dezembro de 2007


Tempo!
Preciso de tempo.
Não tenho tempo.
Não deu tempo.
AAAAAAAHHHHHHHH
CHEGA!!!
"Temos todo tempo do mundo...", lembra-se?
E é verdade!
Nos temos sim todo o tempo do mundo. Apenas não sabemos como utilizá-lo de forma útil.
Eu tenho um defeito. Na verdade, eu tenho vários, mas vamos por apenas um deles em discussão agora. Eu não me preocupo. Com nada. Simplesmente não consigo.
Eu vou lá e faço o que tenho que fazer. Ponto.
Vamos por a sinceridade em foco. Atualmente, tornaram-se muito raras as coisas às quais eu me dedico realmente, de forma integral. A última vez que o fiz foi há algumas semanas já. Mal me lembro da sensação.
Naquela ocasião, o tempo também parecia passar rápido demais e eu parecia estar ficando pra trás. Foi intenso. Valeu à pena.
Mas houve também muitas situações em que eu planejava o que faria, como viveria determinado momento, e não seguia meus planos.
Então o tempo também passava rápido demais, mas me carregava junto com ele; contra a minha vontade. Foi efêmero.
Eis então meu ponto: a que se deve essa tal falta de tempo, à intensidade com que vivemos os momentos, tão bons que nos fazem desejar mais, ou à efemeridade com a qual levamos a vida, como se simplesmente caminhássemos por sua superfície, com medo de mergulhar?
No meu caso? Um pouco dos dois. Eu tenho meus momentos.
Mas, agora que parei para pensar no assunto, acho que quero um pouco mais de intensidade.
Não, quero continuar não me preocupando. Apenas quero de volta essa sensação de me dedicar a algo com tamanha intensidade que me deixe perder no tempo, esquecer da vida.
Intensidade; essa é a palavra! A palavra que devia nascer escrita no peito do pé de cada ser humano.
Por que justo no peito do pé?
Ora, vai dizer que você nunca andou cabisbaixo em um momento mais melancólico do seu dia.
Agora imagine a cena: você se sente triste e resolve sair pra caminhar. Olha para baixo e lê a palavra 'I-N-T-E-N-S-I-D-A-D-E'. Derepente lembra-se do signifidado de tudo isso. Lembra-se que está aqui de passagem e deve aproveitar a viagem ao máximo. Então ganha novo ânimo para sair por aí e realmente viver. Não é o máximo?!
Eu não disse que tenho meus momentos? Até eu gostei dessa idéia doida. Talvez um dia eu resolva passar a mão em uma caneta e sair por aí com a minha nova teoria de vida desenhada no peito do meu pé. Vai bem com sandálias, afinal.

(Alessuza Pires)

2 comentários:

Pinheiro disse...

bom...muito bom o texto...bem escrito...e reflexivo...confesso que concordo em umas partes, descordo em outras...mas o fato é que...lendo...me deu vontade de voltar a escrever..e é o que eu vou fazer...
...Parabéns Ale...bjos

Priscila Lopes disse...

Gostei dos seus escritos (dos dois e meio que li por enquanto, porque o tempo urge). Vim lá no Sindicato te prestigiar aqui. Não conhecia.

É bom!

Abraços, e quando puder apareça no Cinco Espinhos.